Correio de Coimbra

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20 de abril de 2009

E...a aventura continua...

Pois é... o blog do "Correio de Coimbra" terminou a sua missão, dando espaço como já tinha sido anunciado em tempos, a um novo site: www.amicor.pt
Um novo serviço da Igreja de Coimbra disponível a todos que navegam por estes mares...
tem sido uma aventura enriquecedora... a construção deste novo domínio que pretende ir ao encontro daqueles que precisam da informação....
O site será apresentado oficialmente por altura do Dia Mundial das Comunicações Sociais... até lá, estará em experiência....

Estamos abertos a sugestões para que possamos servir melhor esta Igreja que tanto amamos...

A todos aqueles que nos acompanharam (e foram muitos, dos cinco continentes do mundo) o nosso simples OBRIGADO...

8 de abril de 2009

Grupo Missionário JP2 à conquista da cidade

- Missão: “Intromissão”

O Grupo Missionário João Paulo II (JP2), da nossa diocese, na continuidade do trabalho que tem vindo a desenvolver, quer no nordeste do Brasil, quer na preparação da partida de novos jovens para a missão já no próximo mês de Agosto, vai realizar na cidade de Coimbra, na nova paróquia de S. João Baptista durante o Tríduo Pascal uma missão.
O desafio chama-se “intromissão”, isto é, fazer uma missão por dentro (do coração e da cidade!) em contexto de ano Paulino, e na simplicidade de quem é missionário não só longe mas também cá, os jovens da Missão JP2 partem para este desafio inspirados no apóstolo e têm como lema para estes dias: "Com Cristo, minha Vida, fiz-me tudo para todos!" (1 Cor 9, 16-23).
Para tal, o Grupo Missionário JP2 organiza visitas a famílias, doentes e animação das celebrações de quinta-feira às 19h na capela do areeiro. Na sexta-feira às 15h na capela da casa de formação cristã Rainha santa Isabel. No sábado a vigília pascal na capela do areeiro as 22h e também no domingo as 10h30 a eucaristia do dia da ressurreição. Uma experiência de compromisso evangelizador na cidade e que fortalece também o desejo de rasgar novos horizontes á missão.
Participam nesta missão 12 jovens acompanhados pelo coordenador do Grupo, o Padre Luís Miranda.
Na esteira do congresso missionário nacional este é um passo deste grupo da nossa diocese com o intuito de colocar na agenda dos cristãos esta necessidade tão premente de anunciar a todos o evangelho de Cristo…um desafio…uma intromissão…porque é por dentro que o evangelho converte e faz amar.

Dia Mundial da Juventude assinalado na Tocha e na Aldeia do Vale (Pombal)


Mais de 300 jovens em Febres…


Com o tema “Pomos a nossa esperança no Deus vivo”, o 4.º Encontro Arciprestal de Jovens de Cantanhede e Mira (EAJ-CM) reuniu, entre os dias 3 e 5 de Abril, 305 jovens dos 14 aos 25 anos. A Lagoa dos Cedros, em Febres, foi o local escolhido para este encontro, que se realizou em regime de acampamento, e onde não faltaram jogos, workshops, caminhadas e momentos de reflexão e oração.
Segundo a porta-voz do EAJ-CM, Carla Manco, o balanço não poderia ser melhor. “O número de participantes ter ultrapassado os 300 foi logo um sinal positivo”, revelou, depois de assegurar que a adesão “foi total em todas as actividades”. Para Carla Manco “os trabalhos desenvolvidos nos workshops, as caminhadas bem como os jogos nocturnos” foram algumas das actividades de eleição. “Houve o cuidado de que os tempos fossem cumpridos e de que as actividades fossem realizadas nos lugares definidos, para não existirem contratempos”, esclareceu, satisfeita pelo bom trabalho feito por parte dos elementos da organização.
O momento alto ficou reservado para o último dia, domingo de Ramos, data em que se celebrou o Dia Mundial da Juventude. Cerca de 600 pessoas, entre jovens e familiares, participaram nas celebrações religiosas. A eucaristia foi presidida pelo padre João Paulo Vaz, padre responsável pelo Secretariado da Pastoral Juvenil do Arciprestado de Cantanhede e Mira, depois da bênção dos ramos e da encenação ao vivo da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. “Foi uma eucaristia bem vivida e muito animada, com a presença de tantos jovens”, confirmou o pároco.
Durante a missa campal realizou-se a passagem de testemunho, no momento da acção de graças: a organização entregou uma imagem representativa da próxima edição do EAJ-CM à paróquia da Tocha, que acolherá os jovens na Praia da Tocha em 2010.



… e 250 na Aldeia do Vale

“A Juventude é tempo de esperança, porque olha para o futuro com várias expectativas”, diz-nos o Papa.
Unidos a ele, e impelidos pelo Espírito renovador, cerca de 250 jovens reuniram-se no passado dia 4 de Abril, na Aldeia do Vale, na Serra de Sicó, para celebrar a alegria de ser jovem em Cristo.
Provenientes do arciprestado de Pombal, aceitaram meditar nesse sobre a mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Juventude e comprometeram-se a anunciar a Esperança, que é Jesus, com a alegria e juventude.
Segundo um testemunho enviado à redacção deste jornal, “foi um dia em cheio, onde houve tempo para brincar, cantar, caminhar, descansar, escutar e rezar”. O momento mais alto desta actividade foi a Eucaristia. Numa caminhada efectuada desde da Serra do Sicó até Pombal, os jovens participantes, colheram ramos e iniciaram a celebração do Dia de Ramos. A entrada na Praça Marquês de Pombal simbolizou a entrada triunfante e gloriosa de Jesus em Jerusalém.
No texto, a jovem, evidencia a sua vivência intensa nesta actividade, como “um grande dia de partilha”. Para além da caminhada e da celebração eucarística, ainda houve espaço para teatro e um concerto do “Kyrios”

Recensionalidade Consignativa


José Eduardo R. Coutinho

Por força de circunstâncias pluricondicionadas, parece estar em curso um silencioso programa de desculturização, sub-repticiamente dirigido a todo o País e infiltrado, até, nos sectores que, pela diferenciada natureza, deviam permanecer imunes à onda contagiante dessa reprovável implementação, polivalente, permissiva, corrosiva e iníqua.
Os problemas da realidade presente permanecem, infinitamente, arrastados e acrescidos, em gravosos adiamentos, enquanto a tagarelice estéril, o secundarismo enfatuado, as banalidades distractivas e o culminar dos alheamentos, absolutamente aparentados à estupidez viciante da inércia nacional, e estão consorciados com o pior espírito berber: deixar correr e seja o que Deus quiser!
Sob as prerrogativas ditas democráticas, aliadas às prodigiosas cientificidades da psicologia moderna – uma empolgante combinação parafílica – a capacidade natural e o treino educacional para o sadio exercício do diálogo, aliciante, compreensivo, fecundo e promotor da continuada dinamização do agir pessoal, tendente e consonante na gradual descoberta do bem maior, sempre faltor do bem comum e vislumbrando o bem supremo, é substituído pela volubilidade das pseudo–opiniões epidérmicas, das simpatias sorridentes, dos aplausos fugazes e dos egoísmos interesseiros.
Alienada nas diversões circenses – tal qual outra pérfida Roma paganizante –, na vil futebolância e na ignóbil coscuvilhice depravada, repetidas vezes solidária com as comezainas e os refastelamentos próprios de sibaritas sialorreicos, que nem o tempo quaresmal atenuara, visto estarem, intrinsecamente, afeitos à similitude suína frente a gamelas de bagaço, aquilo que mais importa é manter o movimento natatório, no chafurdo das futilidades, e cuidar da pança, abarrotada.
Daqui resulta o inevitável consequente lógico, ininterruptamente propagado na generalidade das conversas tidas e na vulgaridade dos empreendimentos efectuados, visto quem embarca na acefalia anti-civilizacional e vegeta na mastigação do vómito alheio, ao pensar com o ventre, dessas obscuras circunvoluções intestinais só podem sair ideias desse pentagrama feminino, precisamente contemplado nos dicionaristas latinos e enunciado segundo a primeira declinação.
Isso significa um estádio de dissolução omnipropagada, onde impera o simples imediatismo sôfrego, a trapacice, a corrupção, a desresponsabilização dos implicados na criminalidade, na desonestidade, na catástrofe nacional, na adulteração dos bens e dos autênticos serviços públicos. O banditismo ganha corpo, robusto, sendo arriscado permanecer íntegro, defender a verdade, respeitar a tradição dos maiores, militar pela fé, agir em correcção de carácter e promover a glória patrimonial de que somos depositários, num incontestável legado dignificado, dignificante e dignificador. As declarações do Santo Padre requerem comentários explanadores?
Nesse mesmo sentido, a maneira expedita de acentuar a debilidade colectiva e anestesiar a grei vai doseando leves estupefacientes, quase imperceptíveis, inoculados numa discreta imagem higienizante, tendente à subtracção das energias vitais, à diminuição das defesas orgânicas e à imperceptibilidade da frequência cardíaca: o pretenso banimento do sal está no referido circuito, por ser prejudicial à saúde pública, como o foi o mel, o azeite, a cortiça, o vinho…, tudo o que é da consagrada cultura mediterrânica e prestigiado nos escritos bíblicos.
Um sensabor globalizante satisfaz os recônditos apetites desses filhos da perdição, para, depois, até tornarem a venda de garrafas de água, com alguma pitada de cloreto de sódio, outro exclusivo monopólio do Estado, o qual, a breve prazo, só permitirá o acesso às praias marítimas mediante superior receituário terapêutico, com excepcionais medidas de segurança e risco de contaminação radioactiva, salvo a nomenclatura do aparelho directivo, sempre imune.
Custa tanto perceber que o mal, em vez de ser imputado a uma criatura de Deus, que Ele declarou muito boa (Gn 1, 32 a), radica nos excessos ingeridos pelos galifões amanjedourados, obtusos, omnívoros, e revela o deplorável situacionismo de quem é vítima de despedimentos laborais, tem família a sustentar, possui encargos económicos, inadiáveis, e permanece privado de concretizar as justas aspirações de ser pessoa, num mundo que o destroça e aniquila, pelos agentes indicados?
Em vésperas da solene canonização do magnificentíssimo heroísmo, vivencial e ontológico, de Dom Nuno Álvares Pereira, o ânimo da Nação tem de assumir igual dose concentrada de virtude, principalmente de fortaleza cardeal (Os Lusíadas, I, 40), promover o incondicional respeito do que nos pertence e prosseguir a firmeza de militar pela exaltação do humanismo cristão, implantar a soberana estabilidade dos valores identitários portugueses e levantar a frescura esplendorosa da História, mesmo que seja conveniente esperá-los em campo aberto e, aí, dar sobre eles (Fernão Lopes, Crónica de D. João I, I, 327).

Feira de trocas em Soure


- Uma cabeça de alho por uma aula de ginástica

Uma aula de ginástica ao preço de uma cabeça de alho, ou um aconselhamento bancário pelo valor de um quilo de clementinas são algumas das trocas que se fazem num "mercado solidário" em expansão em Soure.
Iniciado de forma experimental em 2005 pela Acção para a Justiça e Paz (AJPaz), o mercado solidário cumpriu este fim-de-semana a 12.ª edição em Granja do Ulmeiro; até 2010, pretende ser uma rotina trimestral em cada uma das 12 freguesias daquele município.
A iniciativa, que já teve edições na sede do concelho, em Soure, e em Samuel, recorre a uma moeda virtual, a moeda local ou social, que cada comunidade inventa para fomentar a troca directa de produtos e serviços.
Tudo se pode trocar: batatas, cebolas, feijão, couves, colares, pegas de cozinha, aventais, fatias de bolo, ovos, vasos de manjerico, garrafas de jeropiga, serviços de manicure, costura e medição da tensão arterial, apoio informático, escrita e leitura de cartas.
Segundo Joana Pombo, dirigente da AJPaz, os mercados solidários têm como objectivo, por um lado, fomentar a sociabilidade das pessoas e, por outro, criar uma estratégia integrada de luta contra a pobreza e a exclusão social, bem como a troca de produtos endógenos. Como as trocas directas de produtos e serviços por vezes não funcionam por falta de interesse de algum dos detentores, elas são mediadas com recurso a uma "moeda" que cada comunidade inventou e que é "cambiada" para quem se desloca ao mercado de outra freguesia.
Os habitantes da Granja do Ulmeiro inventaram "as Granjas", os de Soure ,"os Saurius", em atenção à origem do topónimo, e os de Samuel, "as Diabitas", porque acreditam ser uma "terra do Diabo".
Ao trocarem produtos agrícolas excedentes, artesanato local e serviços prestados por membros da própria comunidade, as pessoas evitam gastar dinheiro.
"Aqui não há dinheiro, e torna-se muito engraçado. Eu trouxe um bolo e comprei um avental e hortaliça", confessou, com satisfação, Maria Helena Costa, uma adepta dos mercados solidários, que os encara também como uma forma de as pessoas da comunidade se conhecerem e conviverem.
Estes mercados, que atraem desde adolescentes a idosos, são também um meio de sensibilizar as pessoas para valores do comércio justo, do consumo responsável e para a aposta em produtos locais tradicionais. A ideia dos promotores é ajudarem a criar uma rede concelhia de mercados solidários e um circuito local para a troca de bens e serviços.

6 de abril de 2009

“Haverá recompensa e justiça para tanta maldade no mundo?”

– questionou D. Albino Cleto na Bênção dos Ramos


Em celebração transmitida pela RR, o Bispo de Coimbra referiu que "a Paixão de Cristo é um espelho em que se reflectem os nossos tempos. A cobardia, a injustiça, os jogos interesseiros, o desemprego pelos mais pequenos parece que não mudaram".

“Haverá recompensa e justiça para tanta maldade no mundo?”

– pergunta D. Albino Cleto na Bênção dos Ramos


O Bispo de Coimbra. D. Albino Cleto presidiu no passado domingo à celebração do Domingo de Ramos, na Sé Nova, marcando o início da Semana Santa. A celebração transmitida pela Rádio Renascença contou com a participação de uma centena de fiéis.
D. Albino Cleto benzeu os ramos à entrada da Sé Nova, recordando a entrada de Jesus em Jerusalém, consoante a descrição do Evangelho de S. Mateus (Mt 21, 1-10). Depois seguiu-se uma procissão à volta do Largo da Feira dos Estudantes, até à Sé, onde prosseguiu a celebração litúrgica.
Fazendo alusão às leituras e ao Evangelho, D. Albino Cleto procurou meditar sobre a paixão de Cristo. "Na paixão de Cristo reflecte-se sobretudo o amor de Deus: por nosso amor, Deus mandou à terra o seu Filho; por nosso amor Jesus aceitou a vida humana e sujeitou-se aos caminhos que os seus concidadãos lhe traçaram; por nosso amor e para nos ressuscitar com Ele, morreu e foi sepultado, como o grão de trigo que depois floresce numa espiga gerada. Nós, Igreja, somos essa espiga, nascida da morte e ressurreição de Jesus", salientou o prelado na sua homilia. Para D. Albino, S. Paulo contempla a humilhação do Senhor, "vendo-o a descer numa escada, para vir ter connosco, sempre por amor: Ele, que é Deus, fez-se homem; assumiu a condição de servo". Meditando sobre S. Paulo, D. Albino disse que o autor pretende que "contemplemos a segunda parte do mistério - «Por isso, Deus Pai o levantou, o exaltou, e lhe deu um nome que está acima de todos os nomes: a Ressurreição».
"Nunca meditaremos devidamente a Paixão de Cristo se não virmos nela o amor de Deus que nos quis ressuscitar com Jesus", referiu o prelado.
Para D. Albino, a Paixão do Senhor é um "espelho", reflectindo nela os nossos tempos. "Quanta maldade, quanta mentira, na infidelidade do casamento; quanta riqueza conseguida por maus caminhos, por vezes na humilhação de quem fica desempregado; quantos de vós, queridos doentes e também alguns idosos, deixados na solidão e no esquecimento!", afirmou o prelado. "Haverá recompensa e justiça?", questionou o Bispo de Coimbra. "Sim", respondeu logo de seguida o prelado, apontando a Ressurreição como sinal de esperança.
"Que Deus nos perdoe sermos tantas vezes outros cobardes como Pilatos, manhosamente interesseiros como os chefes dos sacerdotes, volúveis como a multidão", retorquiu.
Por fim, D. Albino Cleto pediu que nesta Páscoa fossemos ao encontro de Cristo, "presente naqueles que sofrem, visitando-os, amparando-os, ao menos estando presentes como a Mãe de Jesus e os poucos que estiveram presentes no Calvário".
Até ao próximo domingo, toda a Igreja irá debruçar-se sobre os mistérios da Paixão. Na Sé Nova, as celebrações serão presididas por D. Albino Cleto. Hoje, Quinta-feira Santa o Bispo de Coimbra preside à Missa Crismal (10,30 horas) e a Ceia do Senhor (18,30 horas). Amanhã, Sexta-feira Santa decorre o ofício de leituras e laudes (9,30 horas). D. Albino preside a Paixão do Senhor (18 horas) e a Via Sacra desde do Seminário até a Sé Nova (21,30 horas). No Sábado Santo será feito novamente o ofício das leituras e laudes (9,30 horas) e depois a vigília pascal presidida por D. Albino Cleto às 22 horas. No Domingo, D. Albino preside à celebração Eucarística do Domingo de Páscoa, às 11 horas.


M.C.

Concerto-Prestígio para o Vigário-Geral da Diocese

Orquestra do Centro homenageia Mons. Leal Pedrosa



No ciclo dos "Concertos-Prestígios" da Orquestra Clássica do Centro, decorreu, no passado sábado, 4 de Abril, na Sé Nova de Coimbra uma actuação em homenagem a Mons. Cónego Leal Pedrosa, vigário-geral da Diocese de Coimbra há mais de trinta anos. Mário Nunes, vereador da Cultura, definiu-o como "uma figura extraordinária da cidade e da Igreja".

Concerto-Prestígio da Orquestra Clássica para Mons. Leal Pedros




O ciclo de concertos prestígio de 2009 arrancou no passado dia 4 de Abril com uma homenagem ao Monsenhor Leal Pedrosa, Vigário Geral da Diocese de Coimbra. O concerto realizou-se na Sé Nova e envolveu a Orquestra Clássica do Centro e o Orfeon Académico de Coimbra, que interpretaram excertos da obra "Messias", de G.F. Häendel. Ao Coro e Orquestra associaram-se os solistas Ângela Alves (Soprano), Joana Valente (Mezzo-soprano), João Miguel Gonçalves (Tenor) e o organista Rui Soares, sob direcção do maestro (convidado) Artur Pinho.
O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, Mário Nunes enalteceu a pessoa de Monsenhor Leal Pedrosa como "figura extraordinária da cidade e da Igreja Católica". Na presença de D. Albino Cleto, Mário Nunes aproveitou para agradecer a disponibilidade e abertura de Monsenhor Leal Pedrosa a estas iniciativas.
Coube ao Professor Vilaça Ramos, na qualidade de presidente da Assembleia Geral da Orquestra Clássica do Centro, apresentar o homenageado. Para Vilaça Ramos, Monsenhor Leal Pedrosa é uma pessoa "humilde e cativante". Vigário Geral da Diocese de Coimbra é uma "pessoa que se preocupa muito com a cultura e a arte e tem acompanhado com muito carinho o trabalho da Orquestra Clássica do Centro".
No fim do concerto, Monsenhor Leal Pedrosa agradeceu a homenagem efectuada pela Orquestra Clássica do Centro e pela Câmara Municipal de Coimbra, nas pessoas do maestro Virgílio Caseiro, Emília Antunes e Mário Nunes, assim como a todos os músicos presentes.
Segundo, Mário Nunes, os "Concertos Prestígio" têm como finalidade prestigiar personalidades que se distinguiram nas artes, na cultura, na política, no ensino, na saúde, etc…
O primeiro deste ano coube a monsenhor Leal Pedrosa que levou muito amigos e apreciadores de música à Sé, esgotando quase a sua capacidade.


Miguel Cotrim

De 24 a 26 de Abril


Influência dos seminários em análise
Qual o papel dos seminários sobre as opções de vida e sobre a vocação? E na formação dos cidadãos? Estas e outras questões são levantadas a propósito do Congresso de Antigos Alunos dos Seminários, que se realiza de 24 a 26 de Abril em Fátima. O congresso visa "reflectir sobre a influência exercida por esta instituição na vida pessoal e familiar, profissional e social de quanto por lá passaram", adianta a comissão organizadora.
Além da vertente cultural e de convívio, bem como momentos de oração, os trabalhos propõem a reflexão sobre temáticas relacionadas com o desenvolvimento e o papel dos seminários sobre opções de vida e sobre a vocação. No último dia, o único conferencista deste congresso que não frequentou o seminário, Bagão Félix, apresentará a conferência "Valores cristãos para a sociedade e para o mundo".
Será ainda apresentado, na tarde de 24 de Abril, um inquérito que o Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica Portuguesa está a realizar. Pretende retratar o percurso de vida dos antigos alunos dos seminários e institutos religiosos em Portugal. As inscrições para o congresso "Seminários: da memória à profecia", uma iniciativa do Santuário de Fátima em parceria com as associações de antigos alunos dos seminários, da Confederação Portuguesa dos antigos alunos do ensino católico e com a colaboração dos seminários portugueses, estão abertas até 10 de Abril. Mais informações junto do secretariado do congresso no Santuário de Fátima ou em www.fatima.pt.

Ordenação de mulheres na Igreja Católica?


Miguel Cotrim


D. Januário Torgal Ferreira, sugeriu no passado dia 1 de Abril na RTP a possibilidade de a Igreja Católica abrir as portas à ordenação de mulheres. "Não me repugna que uma senhora seja sacerdotisa", afirmou o prelado. Esta é mais uma declaração pública de um responsável da hierarquia da Igreja que surge ao arrepio das orientações da Santa Sé.
Em Coimbra, O Padre Carreira das Neves também afirmou que está na hora da Igreja "dar o salto" (Ver notícia relacionada com este tema).
Sendo verdade que, e a Igreja reconhece-o, existe uma crise de vocações, sobretudo no ocidente, esta pode ter sido a formulação pública de uma sugestão para combater a falta de padres. Mas, por ora, não é mais do que uma posição individual de um responsável católico. A ordenação de mulheres, tal como a possibilidade de os padres se casarem, não são dogmas de fé e, por isso, hão-de ser questões em permanente debate no interior da Igreja Católica.
A posição assumida por D. Januário pode, pois, ser um sinal de que, após mais de 1500 anos de sexismo sacerdotal, a Igreja pode estar aberta à mudança. Hoje, o papel das mulheres na sociedade e no mundo mudou. São cada vez mais, e ainda bem, as mulheres que desempenham funções de relevo nas mais diversas áreas. Não haverá por isso, para além do respeito pela tradição, nenhuma razão para que o mesmo não aconteça no seio da Igreja. E a questão do celibato, que, repita-se, não é um dogma de fé, não deve também ser encarada como um obstáculo, já que os votos femininos já existem.
D. Januário Torgal Ferreira arrisca-se pois a ser uma voz isolada no interior da Igreja ou um pioneiro da modernidade católica. Seria bom que fosse a segunda hipótese.
O que diz o Vaticano sobre o assunto? Segundo a Igreja Católica, as mulheres não podem ser ordenadas porque Cristo só escolheu homens como apóstolos e a sucessão apostólica foi sempre assim. O facto de Jesus ser homem e de o padre, nos sacramentos, ser o seu representante, suportam esta posição e qualquer tentativa de ordenar uma mulher é punida com a excomunhão. Em 1994, para acabar com as dúvidas, João Paulo II emitiu uma carta apostólica, reafirmando a posição tradicional: "A Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja".
Os movimentos progressistas apresentam a questão de outra forma: Jesus não exclui as mulheres do seu dia-a-dia e estas integram as primeiras comunidades cristãs. S. Paulo conferiu isso mesmo ao responsabilizar mulheres pelas primeiras comunidades cristãs. Não fez distinção entre o sexo. Até porque sabemos que existiram diáconas que presidiam às celebrações das comunidades pelas quais estavam responsabilizadas…
Alegro-me pelo facto destas vozes virem da hierarquia da Igreja Católica – bispos e padres – sentem a necessidade da mudança… Em vésperas de celebrarmos a Páscoa, temos estado inundados por várias reflexões, onde leigos, padres e bispos apelam a uma mudança de mentalidades dentro da Igreja…
Como é bom podermos celebrar S. Paulo…

Conferências Quaresmais de S. José

"Para Paulo não há diferenças entre homens e mulheres"


- a afirmação é do Padre Carreira das Neves


"Está na hora da Igreja receber mulheres com o sacramento da ordenação". A afirmação é do Padre Joaquim Carreira das Neves, na última sessão das Conferências Quaresmais, realizada no dia 2 de Abril no Salão Polivalente de S. José. O maior especialista em estudos bíblicos em Portugal, reconhece que o assunto é complexo, e a Igreja teria que aceitar em primeiro lugar os padres casados.
Segundo o sacerdote, "a mulher, desde cedo, foi "mal vista" pelos homens numa cultura patriarcal". Por outro lado, "o cristianismo desenvolve-se numa espécie de anti-feminismo por causa do novo Adão e da nova Eva".
Segundo o Padre Carreira das Neves, para S. Paulo, "não existe diferença entre homem e mulher baptizados em Jesus Cristo". "É um facto que cita mais homens do que mulheres e que, nos respectivos intróitos das cartas, apresenta colaboradores imediatos e nunca colaboradoras", explica o conferencista. "Mas sabemos que nas primeiras comunidades constituídas por S. Paulo, muitas vezes, eram mulheres que ficavam responsáveis por essas comunidades", explica. Para o antigo docente da Universidade Católica, S. Paulo foi o apóstolo mais aberto nessa matéria.
O Padre Carreira das Neves vai mais longe e afirma que a "Igreja não deve ter medo de discutir determinados assuntos, se não, corre o risco de se tornar uma seita". Com esta afirmação, o biblista vai em defesa de D. Ilídio que foi envolvido na polémica do preservativo. "Se um homem tem sida, acho muito bem que ele use o preservativo", advertiu. "Não devemos ter tabus".
O Padre Carreira das Neves diz ainda que enquanto tivermos este Papa que é um excelente pensador e teólogo, "não iremos ter mudanças nesse sentido". Agora, "é impossível continuarmos a este ritmo", desabafou. "Os padres em Portugal e na Europa estão sobrecarregados com paróquias e serviços pastorais, deixando de ter tempo para ouvir, escutar e estar com as pessoas. É evidente que a ordenação de homens casados ou de mulheres seria uma boa solução para os problemas da Igreja", concluiu o especialista em estudos bíblicos.
Sobre o tema "Desafios da Evangelização, hoje", o Padre Joaquim Carreira da Neves realçou que o trabalho apostólico de S. Paulo pode perfeitamente servir-nos de exemplo para as nossas comunidades cristãs. "Paulo não quis pregar um Evangelho de tradição à semelhança de Pedro e Barnabé, mas sim um Evangelho de liberdade", explicou o sacerdote. A lei de Paulo reside no Evangelho do Mistério Pascal, «Aí de mim se não evangelizar», exclamou, recordando a célebre afirmação de Paulo.
"Para Paulo, tudo era gratuito, vivia do seu trabalho, não pedia dinheiro pela sua pregação", explica o Padre Carreira das Neves que para além de prezar a sua liberdade, Paulo, tinha o dom da gratuidade. "Não queria que houvesse nenhum obstáculo à sua missão". "Paulo também não pregava pela glória ou por qualquer recompensa, faz disso uma obrigação porque segundo aquilo que ele edizia na Carta aos Coríntios, foi o Ressuscitado que foi ao seu encontro e não ele", explica o especialista nesta matéria.
Paulo procurou evangelizar através da paternidade e maternidade de Deus. Ele sabia que era através de Jesus Cristo que se chegava a Deus.
Ao concluir a sua reflexão, o Padre Carreira das Neves disse que a "cruz de Paulo é um paradoxo". "Nós (cristãos) somos filhos de mártires. "Morreram gratuitamente a pregarem o Evangelho. Não somos filhos de Prémios Nobel. É bom que possamos reflectir sobre essas coisas", disse o conferencista.

Miguel Cotrim

D. Albino, no IV Curso Alpha na Carapinheira

A Igreja está comprometida na defesa dos valores morais


“Não fica indiferente aos temas que afligem a sociedade, manifesta-se e emite opiniões”, disse D. Albino Cleto, na Carapinheira, dia 3 de Abril.
A decorrer com singular entusiasmo, o IV Curso Alpha da Carapinheira, alargado ao seu arciprestado, recebeu dia 3 de Abril, a convite do responsável do curso, diácono Lusitano Rainho, o eminente bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, que falou sobre o tema “O que é a Igreja”. Explicando que “a Igreja somos nós todos os baptizados”, o prelado aludiu à sua “paixão pela Igreja”, focando diversos aspectos da sua exímia experiência como pároco e bispo. Como instituição, D. Albino disse que “a Igreja é respeitada pelos valores que sempre fomentou e continua a defender, destacando, entre outros, a educação, a solidariedade, a arte e a moral”. Mas “é precisamente nos valores da moral que a Igreja é especialmente criticada”, denunciou, para reiterar que “essas críticas provêm daqueles que mais A amam”. Afirmando que “a Igreja é como uma Mãe que apesar das “rugas” deve ser amada e respeitada”, o bispo realçou “a importância dos seus ensinamentos e desígnios que emergem do Evangelho de Cristo”. “A participação dos cristãos na evangelização e na defesa dos valores morais tornam a Igreja viva”, sustentou.
D. Albino realçou “o papel dos jovens missionários que partem para a África e para o Brasil a relançar, com coragem e desprendimento, as mensagens do Evangelho onde ainda não se afirmou”, defendendo que “os desafios sociais e religiosos que a humanidade vive nos nossos tempos devem estimular os crentes a renovar o seu fervor missionário”. “Que os jovens missionários sejam peritos na celebração, adoração, contemplação da Eucaristia e semeadores dos valores morais e sociais da Igreja”, disse, enfatizando que “isto é a Igreja”.
D. Albino disse que “Igreja” e “Reino de Deus”, embora tendo alguma similitude, apresentam algumas diferenças. Para tanto, explicou que “Reino de Deus significa a presença de Deus em todos os homens”, sendo “um conceito fundamental nas 3 principais religiões: no Judaísmo, no Islamismo e, mais notavelmente, no Cristianismo”. O prelado ensinou que “o Reino de Deus, instituído na terra por Cristo, há cerca de 3.800 anos, foi destinado a acolher todos os homens; mais tarde, João Baptista exortou as pessoas a arrependerem-se, porque “está próximo o Reino dos Céus (Mt 3,2) ”, e, com o baptismo de Jesus, começa “o seu ministério”, que se centrou, necessariamente, em torno do Reino de Deus”; por conseguinte, o Reino de Deus, que é uma grande realidade misteriosa, tem um grande sentido profético e missionário na vida da Igreja Cristã”. Referindo-se à “Igreja” como reunião, amor, partilha e perdão”, o prelado esclareceu que “a Igreja é Povo, Família, Corpo, Noiva (Esposa) e Templo ”. Como Povo “é um conjunto de elementos e laços que liga os crentes”, objectivo do Papa que pretende “dar Deus à Europa, conseguir unir os cristãos do Mundo e dialogar com as outras religiões que acreditam em Deus; como Família tem um relacionamento de amor profundo; como Corpo “a Igreja não é apenas uma simples instituição, mas um corpo místico constituído por Jesus, que é a Cabeça, e pelos fiéis, que são membros deste corpo único, inquebrável e divino”; como Noiva, o próprio Cristo definiu-se como o “Esposo” (Mc 2,19) que amou a Igreja, unindo-a a Si por uma Aliança eterna; Ele entregou-se a Si mesmo por ela, para a purificar com o Seu sangue, “para a tornar santa” (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de todos os filhos de Deus”; como Templo “estabelece entre os fiéis e Jesus Cristo uma comunhão íntima, tornando-os unidos num só Corpo, porque Ele guia, toma conta e “edifica a Igreja na caridade com a Palavra de Deus, os sacramentos, as virtudes e os carismas”.
Para D. Albino “a Igreja rege-se por determinados valores e estes têm durabilidade”. Por isso, afirmou, “não fica indiferente aos temas que afligem a sociedade, manifesta-se e emite opiniões”. Todavia, admitiu que “nem sempre as opiniões da Igreja ou as suas orientações são bem aceites ou são a favor da opinião comum; são de contradição, mas também é essa a sua função e missão”. “Os que são católicos praticantes são-no não só por irem à missa mas participarem na vida das comunidades”, informou, avançando que “estamos a criar condições para termos o tipo de Igreja delineada no Concílio do Vaticano II: no passado, tínhamos a igreja essencialmente clerical, alicerçada no padre, mas hoje temos muitos leigos comprometidos, um grupo de cristãos empenhados, embora o número não seja ainda o que gostaríamos de ter”. “Ao defender os valores morais da Igreja, verifica-se, com mais profundidade, a necessária universalidade do amor, da solidariedade, da partilha, de paz, que, no geral, traduzem a missão da Igreja”, concluiu D. Albino.


Aldo Aveiro

O milagre virá?


Teresa Martins


Pede-nos o Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto, que rezemos pela canonização de Padre Américo, pois «o processo do fundador das Casas do Gaiato já se encontra no Vaticano, mas são necessários milagres», diz o jornal.
Na sua «Doutrina», Padre Américo dá-nos a pista mais segura e eficaz na busca desse milagre, chamando-lhe “verdadeira Revolução Social”. A esse propósito, Padre Américo conta-nos a história de um dos seus rapazes, «na casa dos dezasseis», empregado «em uma das Casas mais antigas da cidade», o Porto, que, cheio de alegria e boa vontade lhe confessa ter recebido «uma notável gratificação na quadra de Natal» e mais… também «declarou ser desejo da Firma comercial dividir parte dos lucros pelos empregados…»
Firmas comerciais, empresários, donos de ordenados astronómicos e/ou bens acumulados de geração em geração, somas assustadoras em “sono pecador” e gastos desmedidos, sem pensar na fome e miséria dos que perdem o emprego ou não o conseguem, sequer… Quem dera fosse este, o milagre!… Que acabassem os lares sem pão, sem violência, onde o carinho e a compreensão dominassem e onde as crianças e os adolescentes pudessem crescer sem revolta, e com amor…
Parei aqui. Também o Padre Cruz, “canonizado” pelo povo anónimo, todos os dias realiza milagres que o mundo desconhece… Milagres verdadeiros que (acho eu…) ele se encarrega de manter no “segredo dos deuses”, porque assim prefere! Sabe-se lá se, com o Padre Américo, acontecerá o mesmo…
Como justíssima homenagem, o Padre Américo vai ter, em Coimbra, uma estátua, pois é preciso que os vindouros a olhem e perguntem quem foi aquele… E talvez haja, de geração em geração, quem lhes saiba responder… Desejamos que sim. A ideia da estátua ao Padre Américo não nasceu agora. Vem de há muito. Recordo uma grande amiga, que, felizmente, ainda hoje se cruza comigo nos caminhos da vida, e parece ainda ouvi-la: «O Padre Américo quer lá bem saber da estátua… Vamos mas é tentar fundar, com o nome dele, uma Casa para os Sem Abrigo…» E o sonho, com muito esforço, tornou-se realidade. Com a colaboração de muitos, a «Casa Abrigo Padre Américo» existe, e em pleno e óptimo funcionamento, como Valência da Ordem Terceira de S. Francisco, que lhe dedica muito carinho e atenção. O primeiro Sem Abrigo entrou nela num distante Natal, tomando ali, como primeira refeição, a ceia da Passagem de Ano. Mas não esteve sozinho… Fizeram-lhe companhia a dedicada senhora que lançou a semente (aliás, os manjares da ceia foram obra sua) e o marido, hoje de saudosa memória. Os três, em amigável e familiar conversa, esperaram que chegasse o primeiro guarda nocturno. Era meia noite.
Vamos todos pedir a Deus, em nome de Padre Américo, uma Sociedade mais justa?

Montemor-o-Velho:



Procissão dos Passos reviveu os mistérios da fé cristã




A procissão do encontro do Senhor dos Passos com Sua Mãe, a Virgem Nossa Senhora, realizada domingo, dia 4 de Abril, foi um dos pontos altos da festa religiosa organizada pela paróquia com a colaboração da irmandade da Misericórdia de Montemor-o-Velho, a mais antiga instituição de carácter religioso desta vila. Iniciado com missa e sermão do Pretório, na igreja de Santa Maria de Alcáçova, no Castelo, que também incluiu a tradicional bênção dos Ramos, o cortejo litúrgico, saindo pela porta do Rosário, passou pela Praça da República, onde se assistiu ao encontro do Senhor dos Passos com Nossa Senhora, que culminou com um eminente “Sermão do Encontro”, pelo padre Ilídio dos Santos Graça, da Congregação do Preciosíssimo Sangue, com actividade pastoral em Peral, Proença-a-Nova e S. Pedro do Esteval, da diocese de Portalegre - Castelo Branco.
A Verónica, na sua oração cantada em latim “O vós omnes qui transitis per viam atendite, atendite et videte si est dolor sicut dolor meus”(Ó vós todos que passais pela via (caminho) olhai, olhai e vede se há dor igual à minha dor), causou alguma emoção aos mais sensíveis, nesta manifestação de fé e reconciliação que terminou na igreja do Convento dos Anjos, com a reconstituição do Calvário e “Sermão do Calvário”. Os actos litúrgicos, que incluíram a Procissão dos Passos de Montemor, foram presididos pelo padre António Domingues, acolitado pelo padre José Luís Ferreira e diácono Lusitano Rainho, sendo a procissão acompanhada pela banda da Associação Filarmónica 25 de Setembro. Luís Leal e Lídio Cristo, presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal, respectivamente, seguraram “as borlas” do guião que abriu a procissão, materializando um costume com alguns anos.
A Procissão do Senhor dos Passos é, pela sua história e sobretudo pelo seu vincado cunho espiritual, um dos acontecimentos mais importantes do panorama litúrgico da freguesia de Montemor-o-Velho, quiçá a maior e mais insigne celebração religiosa que se realiza, na vila, e que ainda se mantém viva, revivendo, no tempo presente, os grandes Mistérios da Fé Cristã.
A devoção ao Senhor dos Passos está marcada na intimidade e recolhimento das casas montemorenses, em registos e gravuras com o verdadeiro retrato do Senhor dos Passos, em esculturas devocionais de sabor popular, ou em imponentes oratórios.
De realçar ainda a penitente “procissão nocturna”, ou “procissão dos archotes” realizada sábado, e incorporada pela irmandade da Misericórdia, cujos irmãos, com as tradicionais opas pretas, transportam os archotes acesos, iluminando os “passos do Senhor”, cuja Imagem, envolta por um pano roxo, é acompanhada por “pagadores de promessas”, ora de joelhos ora rastejando, durante o percurso da procissão, que tem início na Igreja do Convento dos Anjos e termina na Igreja de Santa Maria de Alcáçova.




Aldo Aveiro

Faleceu o Padre Albino de Almeida Matos


Faleceu no dia 26 de Março, na sua casa de Felgueiras (Resende), o Professor Doutor Albino de Almeida Matos, muito conhecido em Coimbra. Nasceu a 14 de Março de 1925 e frequentou os seminários de Resende e Lamego, depois do que foi ordenado no dia dos seus 23 anos por D. Ernesto Sena de Oliveira, que pouco depois foi transferido para Coimbra.
Alguns anos após ter sido professor e prefeito no Seminário Menor de Resende, veio para Coimbra, em 1957, onde se licenciou em 1962 e doutorou em 1977 em Filologia Clássica.
Dedicou-se ao ensino em representação do Instituto de Alta Cultura na Faculdade de Letras de Zurique (Suíça) e após o doutoramento na Universidade de Aveiro, onde, anos depois, conseguiu aí a criação da licenciatura em Clássicas. Ao mesmo tempo, apoiou a iniciativa de D. José Pedro da Silva de criar em Viseu um pólo da Universidade Católica Portuguesa, de que foi professor e seu primeiro Director.
Após a jubilação, fixou-se em Coimbra, tendo continuado desde 1977 a 2004 a celebrar a Eucaristia, de semana à 8,30 horas e aos domingos às 11 horas na igreja de Santa Cruz.
Atingido pela doença de Alzheimer, passou em 2006 definitivamente para a sua terra, onde faleceu, na quinta-feira, sendo a missa exequial, no dia 27, sido celebrada pelo Bispo de Lamego, D. Jacinto Botelho, que da Matriz o acompanhou ao cemitério da paróquia.
A toda a sua numerosa família, mas especialmente a suas irmãs D. Hermínia e D. Fernanda, que com ele conviveram até ao último dia, apresentamos as nossas sentidas condolências.
O seu condiscípulo,

J.G. Freire

A Igreja não abriu a boca


Nuno Santos

A frase é de Vasco Pulido Valente (Público, 22 de Março, a propósito do ‘contentor’ onde os funcionava uma turma de ciganos). Diz o texto que «Nem o primeiro-ministro, nem a Assembleia, nem o Presidente acharam oportuno comentar o caso. Também em nenhum partido, parlamentar ou não, se ouviu um protesto ou um simples sinal de preocupação. E a Igreja não abriu a boca. Vivemos num país simpático».
Falo hoje da Igreja Portuguesa. Continua em silêncio, sem denunciar casos (infelizmente são muito abundantes), sem alertar para o que está acontecer, sem apelar para a liberdade de opinião… parece que toda a gente tem medo de falar… e agora até a própria Igreja. Bispos não se ouvem e quando dizem alguma coisa é com tanto cuidado que nem chegamos a perceber bem de que lado estão…
O único lado possível para estar é o do Evangelho, é o de Jesus, é, por isso, preferencialmente o lado dos que são mais frágeis, dos que não têm voz, dos mais «pequenos». O único lado é o da denúncia do ‘clientelismo’, das ‘indemnizações chorudas’, dos prémios e gratificações que nunca mais acabam… Denúncia de reorganizações de serviços onde todas as pessoas ficam a perder… menos os gestores. Veja-se o que está a acontecer (de forma gritante) na saúde.
E isto não é uma questão de partidos… é muito mais grave. É uma mentalidade terceiro mundista… onde uns tantos se servem do poder e de alguns lugares para ‘pedir esforços’ a todos os outros… Mas eles… E todos continuam de ‘bem com todos’. E ninguém diz nada… parece que todos devem favores uns aos outros.Encontramos na política (desde as direitas às esquerdas… que cada vez menos sabemos o sentido e o conteúdo destas definições), dos gerentes de grandes empresas públicas ou com financiamento público… E assim, nos cargos públicos entram apenas (e cada vez mais) os amigos. São as ‘cunhas’, os ‘favores’, os de ‘avental’ e as ‘amizades’… que nos governam, nos gerem… Só há uma coisa que nunca nos tiram… os impostos.
E a Igreja continua sem abrir a boca. Os Bispos, numa Conferência Episcopal que pressinto cada vez mais centralista e a «uma só voz», não dizem nada. Sempre com medo… Mas com medo de quê? E de quem? Onde estão os nossos Bispos? Em que país estão a viver… Será que não lêem as notícias, será que não vêem os telejornais, será que não escutam as pessoas sérias que se confrontam diariamente com estas ‘coisas’?Não acredito. Eles sabem… mas não dizem. Eles ouvem… mas não comentam. Não querem fragilizar as relações! Quais?! Desde quando é que a Igreja se pode demitir de emitir a sua opinião ou deixar de defender a verdade e a justiça social. Por quê tanto «politicamente correcto»?! Talvez aqui o Papa, em África, tenha tido mais coragem e tenha dado um excelente exemplo (à Igreja Portuguesa) ao dizer: «perante a dor e a violência, a pobreza ou a fome, a corrupção ou o abuso de poder, os cristãos não podem permanecer em silêncio».
Não sou daqueles que defendo a crítica gratuita ou simplesmente para ‘ficar bem na fotografia’… Mas daí ao constante e permanente silêncio! E não nos queixemos que não nos ouvem ou que a nossa opinião não importa. Muitas pessoas sérias e honestas estão à espera dessa voz (mesmo sem serem cristãos). Por exemplo, onde está a RR (Rádio Renascença), a Ecclesia e muitos outros meios de comunicação (dentro e fora)?! Jesus morreu novo e numa cruz… não foi por acaso. Foi porque se colocou (sempre e só) do lado da Justiça e da Verdade… mesmo que isso significasse a denúncia e com isso corresse o risco de ‘não chegar à idade de reforma’.

4 de abril de 2009

Semana Santa na Catedral de Coimbra


A Igreja de Coimbra celebra, na Catedral, o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
As celebrações são presididas por D. Albino Cleto.
O Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto preside na Sé Nova, às diversas cerimónias da Semana Santa que têm início no Domingo, dia 5 de Abril, com a celebração do Domingo de Ramos. O cerimonial começa às 10h45, no largo da Igreja de S. Salvador, com a bênção dos ramos, seguindo-se em procissão para a Catedral, onde é celebrada a missa da Paixão.
Na Quinta-feira Santa, às 10,30 horas, D. Albino concelebra a Eucaristia (Missa Crismal) com os sacerdotes do seu presbitério, em sinal de unidade eclesial. Nesta celebração salientam-se a renovação das promessas sacerdotais, a consagração do óleo dos catecúmenos e dos enfermos.
Na tarde de Quinta-feira Santa começa o Tríduo Pascal – os três dias em que a Igreja celebra o mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor que «morrendo destruiu a morte e ressuscitando restaurou a vida». O Tríduo Pascal inicia-se com a celebração da missa da Ceia do Senhor, às 18 horas, recordando a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio da Nova Aliança. O cerimonial inclui o lava-pés.
Na Sexta-feira Santa haverá, às 9h30, a recitação do Ofício de Leituras e Laudes. Às 18 horas, tem lugar a celebração da Paixão do Senhor e a Adoração da Cruz. Na primeira parte, a Palavra de Deus mostra-nos Jesus como vítima e como sacerdote – a Sua morte é acto de mediação universal e causa de salvação. Na Cruz, símbolo do nosso resgate, adoramos Jesus Cristo «Salvação do mundo». Às 21h30, faz-se a Via-Sacra, entre o Seminário e a Sé Nova.
No Sábado à noite, pelas 22 horas, celebra-se a solene Vigília Pascal. É ela o ponto culminante da Semana Santa, o coração da liturgia cristã, o centro do ano litúrgico, a mais antiga e a mais rica de todas as Vigílias. Santo Agostinho chama-lhe «a mãe de todas as vigílias».
Destaca-se, nesta celebração, a liturgia da Luz, com a bênção do Lume Novo. O Círio Pascal é símbolo de Cristo ressuscitado que vai à frente guiando o Seu Povo.
No Domingo de Páscoa, às 11 horas, é celebrada a Missa da Ressurreição, seguida de Bênção Papal.
A parte musical está a cargo do Grupo Coral da Sé, orientado e regido pelo Padre Dr. Manuel Augusto da Silva Frade.

Marcha pela Vida…uma marcha por uma boa causa


Miguel Cotrim


Milhares de pessoas participaram no passado domingo nas "Marchas pela vida", convocadas pela Igreja Católica e pela organização «Direito de viver» em mais de 80 cidades espanholas em simultâneo, para protestar pela lei de prazos do aborto que o governo espanhol está a preparar.
A manifestação mais importante aconteceu em Madrid, onde estiveram milhares de pessoas.
No Brasil, o domingo passado também foi dia de manifestação em defesa da vida. Na praça da Sé, em São Paulo, cerca de cinco mil pessoas se reuniram para um acto público em "Favor da Vida e Contra o Aborto". A manifestação contou com a participação do arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Scherer, do padre Marcelo Rossi e de representantes dos movimentos pró-vida daquele país.
Por cá, em vésperas de comemorarmos a Semana da Vida, que se realiza habitualmente em Maio, continuamos impávidos e serenos sobre as consequências do aborto aplicado em Portugal. A prática do aborto ilegal terminou em Portugal? Registou-se alguma diminuição dessa prática? As mulheres que pretendam abortar estarão a ser bem acompanhas ou aconselhadas? Evidentemente que Não! Assistimos há alguns anos a uma nova cultura entre nós, a do facilitismo, onde tudo é permitido e nada é proibido.
De facto, é mais fácil ir na "onda". Não se pretende que os cristãos sejam todos "clonados". A cada um é dado um dom especial para que possa desenvolve-lo em função da comunidade onde está inserido.
Temos o desemprego a acelerar constantemente, provocado pela epidemia da "crise". Leva-se um banco ou uma empresa à falência e ninguém diz nada. Fazem-se negócios de milhões em Portugal e ninguém desconfia…o bastonário da Ordem dos Advogados levanta suspeitas sobre a actuação da polícia judiciária e ninguém faz nada…
Pior do que isso, dizia-me esta semana um amigo que encontrei numa rua desta cidade, é o silêncio da Igreja. Concordando com ele, é deveras curioso que não haja da parte dos nossos bispos uma palavra em relação ao desemprego, à crise económica que atravessamos, ao caso do BPN, etc.
A Igreja à qual pertencemos, acomoda-se ao poder institucionalizado. Não se interroga, não interpela e… não chama…
Como dizia há dias, na Paróquia de S. José, D. António Couto, Bispo Auxiliar de Braga, "precisamos de um exército de missionários nas ruas para evangelizar" em vez de criarmos cismas e divisões entre nós.
Os cristãos hoje são muito perseguidos. Habitualmente, somos confrontados com reacções e afirmações que nos magoam pelo facto de professarmos a nossa fé. Por vezes, as reacções ocorrem a partir de dentro da própria Igreja, provocando o afastamento à prática cristã. "É o desligar do botão", dizia o meu amigo. Confesso que essa expressão incomodou-me...
D. António Couto foi muito claro nesse aspecto: precisamos de mudar radicalmente as nossas atitudes e a nossa forma de pensar o mundo, a Igreja e a vida. Corremos seriamente o risco de um dia ficarmos sozinhos...
Evangelizar muitas vezes não é só através das palavras, mas sim através de atitudes que tomamos para com os outros. Faz falta sair à rua, um pouco à semelhança da nossa vizinha Espanha, e manifestarmos o nosso apreço pela vida, pelo amor e pelo próximo. Faz falta uma cultura de afectos. E Porque não? Não foi aquilo que S. Paulo promoveu há dois mil anos?
Mas, a nossa Igreja não quer ser confundida com as estruturas sindicais, pretende continuar a elaborar uns documentos pastorais, mesmo que ninguém perceba muito bem o que lá está escrito. Quanto às leis saídas da Assembleia da República e que muitas vezes, nos envergonham como cristãos, acabamos por esquecê-las e apaziguamos a nossa consciência ao afirmar que aqueles políticos – "no fundo, são todos eles, bons rapazes". Até porque muitos deles passaram pela Acção Católica, pela JOC, LOC/MTC…

Inventariação da Paróquia de Cantanhede


José Eduardo Reis Coutinho


A 27 de Março, ficou concluída e completada a inventariação da paróquia de Cantanhede, com um total de 119 novas fichas, referentes à igreja matriz e às capelas, a qual teve, sempre, o dedicado acompanhamento do pároco, o senhor Padre Dr. Carlos José Neves Delgado.
No desempenho das actividades realizadas, e com especial incidência nas elucidações, inerentes a muitos acontecimentos do passado recente, são inestimáveis as pormenorizadas informações que o senhor Cón. Dr. Alfredo Ferreira Dionísio foi transmitindo, de maneira pronta e bastante segura, visto ter zelado pela defesa do património paroquial, em tempos difíceis, haver promovido a salvaguarda de importantes bens religiosos e ser quem melhor conhece a história desta circunscrição eclesiástica, certificadas pelo interesse de coligir todos os materiais publicados e manifestadas nos plúrimos esclarecimentos prestados, antecipada e deliberadamente. A justiça reclama, pois, o devido preito de gratidão.
Graças à colaboração destes ilustríssimos e reverendíssimos senhores, está solucionado um estranho deturpamento de certas situações presentes, contra várias descrições, da especialidade, ainda visíveis, há anos, e, até, descritas pela autorizadíssima conceitualização do sapientíssimo Doutor Nogueira Gonçalves.
O remoto povoamento humano, desta zona, é conhecido e teve notória desenvoltura, comprovada pelos significativos achados arqueológicos romanos, deparados na própria área do adro, da sede paroquial, servilmente desfeito, cujo lamentável desaparecimento participa do similar paradeiro de descobertas epigráficas romanas.
A localização desse sítio, com ocupação distinta, de componente pagã e, posteriormente, de feição cristianizada, localiza o assinalado campus de sacralidade telúrica, onde, tempos depois, fora edificada, para celebração do culto divino, a primitiva igreja, uma vez que, após a Reconquista, houve grande desenvolvimento na região e, no texto do testamento de Dom Sesnando, efectuado a 15 de Março de 1087, aparece mencionada medietatem de uilla cantoniede (Livro Preto, doc.19), a declarar a subsequente prosperidade agrária.
Essa existência está documentada numa epígrafe fúnebre, que assinala o falecimento de Dom Honorico, presbítero de Cantanhede, ocorrido a 18 de Março de 1282, e que ocupa 10 linhas de enunciado; ao centro, tem a representação iconográfica de Nossa Senhora, coroada, sentada em trono, com o Menino, e, aos pés, o visado, de joelhos e mãos erguidas.
Incluída no senhorio capitular de Coimbra, consta no rol das igrejas do Reino, de 1321, aparecendo dedicada a São Pedro, indicada na condição de vigararia e taxada em 60 libras. No final da centúria, outra lápide congénere, de 1362, regista o falecimento de Domingos Aparício, também sacerdote, da mesma comunidade paroquial.
Com o crescimento demográfico e a presença de personalidades da nobreza, de dignidades eclesiásticas e da aristocracia, como a família condal dos Meneses e o Cónego da Sé de Goa, surgem capelas privadas, autónomas, ou, incorporadas no edifício paroquial, enriquecidas de retábulos e de diversas esculturas, no melhor calcário das vizinhanças (Portunhos, Outil, Pena), dando continuidade à produção executada, nas respectivas oficinas, honrando a tradição implantada, no século XIV.
Seguramente, pelos termos consignados na inscrição da matriz de Oliveira do Hospital, a pedra das referidas origens tem excepcionais qualidades e concede, além da manifesta durabilidade inalterável, a especial particularidade de ficar patinada, com um lustre parecido à translucidez do alabastro, individuação que teria contribuído para ser preferida, nos reconhecidos trabalhos e na
projecção nacional, notoriamente alcançada, embora, nem sempre com a devida justiça, acerca da origem.
Por isso, o repositório das imagens, dos séculos XV e XVI, assume vasta frequência, também verificada no XVII, apesar da inferior qualidade, logo seguido pelas de terracota e de madeira estofada, de Setecentos, cuja centúria ficara ligada aos arrobos barrocos, pela talha, pelos utensílios de estanho e pelos de latão.
Todavia, existem interessantes indicadores da invulgar notoriedade dos bens em uso, na comunidade, quer pelo tom de sintonia estética, quinhentista, quer pelos sucessivos adicionamentos patrimoniais, detectados nos antigos centros de culto, cada qual acentuando a causa do surgimento, seja na matriz e no monumento de Varziela, seja nas capelas das povoações e nas de tradicional romaria, de tradições agrárias.
Raros painéis azulejares, de fabrico sevilhano; a memória das significativas ofertas manuelinas, da encomenda régia, vinda da Flandres; os afamados paramentos, em veludo lavrado, das indústrias italianas; os têxteis nacionais, executados durante o post 1640; o apreciável sentimento, resplandecente na pintura hagiográfica; e o minucioso perfeccionismo dos mestres prateiros, exímios decoradores de peças inconfundíveis, reflectem apurados critérios de honesto trabalho dedicado, perdurável, através de séculos, e de superior grandeza, merecedora do mais elevado apreço e consideração.
Vários exemplares de missais, de altar, de leccionários, rituais e publicações de humanidades, pedagógicas e didácticas, culminam o sector do livro antigo, inigualável na qualidade do bom papel, no equilíbrio da disposição gráfica, no complemento das visualizações, expostas em óptimas gravuras, na profusa ornamentação das encadernações, nos delicados motivos incisos, nas goteiras, e no singular esmero dos fechos, de bronze lavrado.
Justifica, por isso, proceder a diferentes actividades culturais e catequéticas, a promover em pequenas assembleias de fiéis, empenhados, incentivando a valorização integral dos baptizados, a fim de velarem pelas riquezas patrimoniais, da sua própria identidade, assim distintamente evocativas da fé católica, em terras de longa tradição perene.

31 de março de 2009

Universitários de Coimbra matam a fome aos sem-abrigo



Um grupo de estudantes da Universidade de Coimbra sai à rua uma noite por mês para ajudar cerca de 40 sem-abrigo, com comida, roupas e cobertores. Os alunos vêem o contacto com a rua como "um mundo paralelo".
A expressão é de Rita Rocha, estudante de Medicina e coordenadora-geral do pelouro da Intervenção Cívica da Associação Académica de Coimbra (AAC), principal impulsionador da iniciativa "Refeição (de)Vida". "A primeira vez que fiz esta ronda foi muito difícil, um choque muito grande. Agora já parece mais normal", explica a jovem.
Rita é um dos três elementos da AAC que, juntamente com duas pessoas da Associação Integrar, fizeram a segunda ronda mensal da "Refeição (de)Vida", anteontem à noite. A iniciativa é, no entender do presidente da AAC, Jorge Serrote, "uma preocupação social da associação, ainda mais num ano em que a crise vem agudizar a situação". O projecto conta com o apoio dos Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra e da Secção Gastronómica da AAC.
Por volta das 20 horas, a equipa conjunta da AAC e da Associação Integrar parte do Centro de Acolhimento da Associação, na Rua do Brasil. Na bagagem, vai uma panela de sopa, várias embalagens com arroz e atum, pão, café e pastéis. A primeira paragem é o Terreiro da Erva, em plena Baixa, onde são recebidos por mais de uma dezena de utentes. "Fazemos muito a zona da Baixa, mas também outras, como Celas, Eiras e a Conchada", relata Rita Pereira da Associação Integrar, completando que fazem outros locais, quando solicitados. "Não viramos costas quando é solicitada ajuda", sublinha. Para além da ronda mensal com a AAC, a Integrar faz giros nocturnos regulares pelos sem-abrigo, levando comida, às terças e quintas-feiras, e quinzenalmente ao domingo.
A relação dos elementos da Integrar com os utentes já é de proximidade. Numa perpendicular à Rua da Sofia, a equipa passa para ajudar um utente já conhecido. "Já esteve na nossa Casa Abrigo, mas saiu porque disse que não gostava de estar preso a regras", conta Rita Pereira. O homem não perde a boa disposição, sempre com anedotas e histórias novas.
"Muitos passam por nós durante o dia e cumprimentam-nos, muitas vezes nem se sabe que são sem-abrigo", afirma Isabel Fernandes, da Integrar. Explica ainda que há casos de sucesso entre os utentes. "Quando vão para o Centro de Acolhimento, ao fim de seis meses são incentivados para o mercado de trabalho", conta.

Faleceu o Padre Carlos Alberto Gomes de Carvalho



"Quem se dá a Deus, dá-se aos outros. E os "outros" para o Padre Carlos Alberto foram os paroquianos de S. Martinho da Cortiça, de Tentúgal, da Sé Velha, os jovens da Escola Técnica, os escuteiros, os homens e mulheres dos Cursos de Cristandade".
Assim se referiu D. Albino Cleto ao trabalho pastoral do Padre Carlos Alberto Gomes de Carvalho, no dia 28 de Março, na igreja de Nossa Senhora de Lurdes, repleta de fiéis, durante a missa exequial, concelebrada por cerca de cinquenta sacerdotes.
O Padre Carlos Alberto Carvalho faleceu no dia 26 de Março, acometido de doença súbita, tende servido até ao fim", como referiu D. Albino na sua homilia. De facto, até à data do seu falecimento, e apesar da sua idade e de alguns padecimentos físicos, continuava a colaborar na paróquia de Santa Cruz, onde deslocava todos os dias da Casa do Clero, onde residia desde da sua fundação, tendo sido mesmo um dos maiores impulsionadores da criação desta casa destinada a receber o clero idoso e doente.
Sacerdote apostólico, colocou ao serviço da Igreja os seus dotes pessoais de acolhimento, de abertura e de grande simpatia, tendo deixado muitos amigos por todos os lugares e serviços em que desempenhou a sua missão pastoral. O Padre Carlos era um sacerdote frontal, dinâmico e próximo de todos quantos procuravam o seu conselho ou os seus serviços, distribuindo a Palavra de Deus com convicção e com alegria contagiante.
Oriundo de Cantanhede, o Padre Carlos Alberto nasceu em Coimbra em 1925. Entrou para o Seminário da Figueira em 1936. Tendo interrompido os estudos por doença, terminou o curso teológico em Coimbra, em 1951, sendo ordenado na Sé Nova, por D. Ernesto Sena de Oliveira, a 15 de Agosto, e celebrando a primeira missa em Cantanhede no domingo seguinte.
Foi pároco de S. Martinho da Cortiça (1951), Tentúgal (1958) e Sé Velha (1963).
Durante três dezenas de anos foi professor de moral, na Escola Técnica, deixando marcas indeléveis em muitos jovens, que o continuaram a estimar pela vida fora. Igualmente deixou vincada a sua presença nos Escuteiros e nos Cursos de Cristandade, movimentos de que foi um dos grandes entusiastas em Coimbra.

Depois da jubilação como professor, em 1989 aceitou continuar a servir a Igreja como vigário paroquial de Santa Cruz, onde se manteve até às vésperas do seu falecimento.
O seu funeral, em que participaram centenas de antigos alunos e de muitos amigos, realizou-se para o cemitério da Conchada.
O "Correio", que contava o Padre Carlos no número dos seus amigos e leitores atentos, apresenta à família as mais sentidas condolências.



J.R.

Conferências Quaresmais em S. José


"Precisamos de um exército de missionários"


– afirmou o Bispo Auxiliar de Braga, D. António Couto.


"Cooperadores precisam-se para formar uma rede de evangelizadores. Já ouviste chamar pelo teu nome?" O apelo é de D. António Couto, Bispo Auxiliar de Braga na última conferência quaresmal da cidade realizada no dia 26 de Março no Salão Polivalente da Paróquia de S. José.
Para D. António Couto, "Cristo precisa de uma rede de missionários, não bastam os catequistas que temos, os movimentos que possuímos, precisamos de um exército que viva o Evangelho, que viva e morra por amor".
"Comunidades e capelinhas" foi o tema abordado por D. António Couto e que congregou centenas de fiéis provenientes das diversas paróquias da cidade. O Bispo Auxiliar de Braga, seguindo as cartas de S. Paulo aos Coríntios, deixou várias recomendações para construirmos verdadeiras comunidades cristãs e deixarmos de fazer "capelinhas", divisões ou cismas entre nós.
Para isso, D. António Couto, aconselha a sermos, à semelhança de Pedro, "remendadores de redes". Expressão que foi muito usada por S. Paulo. Na constituição das primeiras comunidades havia muitas divisões e cismas entre os cristãos – uns diziam que pertenciam a Paulo, outros a Apolo, outros a Ceifas, outros a Cristo pelo facto de terem sido baptizados por eles. Aqueles que baptizavam tornavam-se também uma espécie de "donos" dos novos cristãos. Segundo a reflexão de D. António Couto, Paulo insistiu muito junto das comunidades para não alimentarem as diferenças "porque Cristo é de todos e Ele não envia a baptizar, mas sim a evangelizar".
"O anúncio da morte de Jesus não é um memorial do luto, mas sim uma atitude de dar a vida, o amor pelos outros", afirmou o prelado da arquidiocese de Braga. E isso, é o verdadeiro sentido da Eucaristia, acrescentou.
Noutro ponto, D. António Couto pediu para anunciarmos Cristo para sempre, advertindo que pregar Cristo não é "argumentar, demonstrar com artes retóricas e malabarismos da linguagem, mas sim mostrar com vida, testemunho de modo a identificarmos com Cristo".
D. António Couto insistiu para não criarmos divisões nas nossas paróquias. "Cristo tem que estar sempre no meio dos nossos objectivos", advertiu. "Quando afirmamos que o padre ou o coro da nossa paróquia é melhor que o da paróquia ao lado já estamos a criar divisões entre nós", exemplificou.
D. António Couto afirmou ainda que "é necessário tocar no coração das pessoas, ir ao encontro, estar com elas, conhecê-las e não ficarmos apenas a pregar num monte". Segundo o prelado, "o grande sucesso de Paulo foi o facto de ele se ter tornado humilde e servo das comunidades. E isso demonstra como devemos ser hoje" – refere o bispo – "isto gera afectos e não cria capelinhas".
Ao concluir, D. António Couto disse que "podemos estar bem vestidos, mas podemos estar nus por dentro, então é preciso revestirmos de bondade, humildade, mansidão e magnanimidade". Mas, acima de todas estas coisas é preciso o amor…
O último conferencista do ciclo de conferências quaresmais em S. José, é o Padre Carreira da Neves, que apresentará logo à noite o tema "Desafios da Evangelização, hoje". O Padre Carreira das Neves é professor jubilado da Universidade Católica Portuguesa e é assídua presença no programa Ecclesia, transmitido de segunda a sexta-feira na RTP 2.


M.C.

Renúncia Quaresmal da Diocese


Uma colónia de férias para filhos de pais desempregados


A par da ajuda à Casa da Praia de Mira da Obra de Frei Gil, as ofertas da nossa renúncia quaresmal na Diocese de Coimbra vão também proporcionar uma colónia de férias, junto do mar ou na frescura da serra, a algumas dezenas de crianças cujos pais se encontrem desempregados.
São crianças que, à partida, iriam passar os meses de Verão no mesmo ambiente em que vivem todo o ano lectivo. Por isso, oferecer-lhes deste modo uma alegria que a sua família não pode agora proporcionar-lhes é um gesto de amor cristão que tocará também o coração dos pais.
Fala-se hoje insistentemente de novas situações de pobreza. Importa que as comunidades cristãs não se limitem a apregoá-las mas se dinamizem para as conhecer e procurar dar-lhes respostas.
Esta colónia de férias é uma iniciativa que pretende tornar presente e visível a atenção da Mãe Igreja aos que sofrem.
Encontra-se já em curso a preparação da colónia. Uma Equipa Coordenadora, encabeçada pela Cáritas Diocesana e integrada também por jovens voluntários da Universidade, irá brevemente anunciar o local e a data da colónia, a idade dos destinatários, o modo de inscrição.
Praza a Deus que a este entusiasmo corresponda a nossa generosidade de cristãos.

Tentúgal celebrou Senhor dos Passos

Procissão nocturna de sábado, apresentando os tradicionais candeeiros de três bicos, confere originalidade à celebração dos Passos do Senhor.

Perdem-se nas brumas do tempo e no passado das memórias, as profundas tradições de Fé e Religiosidade das gentes de Tentúgal, de que ganham especial relevo as piedosas Celebrações Quaresmais. A Vila ganha uma ambiência especial, sobretudo com a realização da peculiar Procissão dos Candeeiros, a Celebração da Liturgia, e a Procissão dos Passos do Senhor, retrato de grande simbolismo e imponência, com o Sermão do Pretório, Sermão do Encontro, em plena Praça do Rossio, e Sermão do Calvário, registando uma verdadeira manifestação de fé.
A procissão nocturna, também designada "procissão dos candeeiros", realizada dia 28, à noite, confere à comunidade e à assistência um cenário de grande misticismo. Simboliza o caminho de Cristo que vai do Cenáculo, depois da ceia, para o Horto das Oliveiras, onde faz a sua "Oração da Agonia". Por tal motivo, o andor do "Senhor dos Passos" vai velado por um "véu" de tecido roxo. A Procissão dos Candeeiros, particularidade que, ao que tudo indica, apenas se verifica em Tentúgal, reside no facto das mulheres, em vez de levarem velas de cera, apresentam candeeiros de três bicos, os quais, eram um "instrumento de luz" muito utilizados no velório dos mortos. É esta tradição que distingue este cortejo litúrgico, quiçá um cenário original e único na região ou no país.
Os candeeiros são praticamente sempre os mesmos, pois vão ficando de pais para filhos, fazendo-se transportar pela mulher da família, a iluminar "os Passos do Senhor". Este rito também simboliza o desprendimento das "amigas de Cristo", pois as mulheres foram as únicas que não o abandonaram no seu sofrimento e representa, também, uma das luzes da casa, que aquece e ilumina os caminhos.
Segundo José Craveiro, "os candeeiros são peças vistosas, podendo apresentar tamanhos variados e adoptam uma magnífica confecção; são candeeiros de latão, que apresentam uma base de apoio, possuem espigão rematado por pega de mão e suporta uma bolsa cilíndrica, ao centro, para receptáculo do azeite, apresentando três orifícios de onde saem as torcidas de tecido, embebidas em azeite (símbolo de Luz Divina), para produzir a luz e iluminar; estes candeeiros apresentam ainda como acessórios, a pinça (para puxar o morrão, impedindo que saia fumo ou cheiro), o protector de vento, o espevitador e o apagador".
Nesta noite, os candeeiros acompanham todo o cortejo processional, dando luz e brilho ao mesmo, fazendo a trasladação da imagem do Senhor dos Passos da Igreja Matriz (Igreja de Nossa Senhora da Assunção) para a Igreja da Misericórdia, numa lógica que personifica a caminho do Horto no Monte das Oliveiras. Porém, este ano, a forte ventania que se fez sentir impediu que os candeeiros prosseguissem "dando luz". Só mesmo junto da Igreja da Misericórdia alguns candeeiros se acenderam.
No domingo, após a Recitação do Terço e do Sermão do Pretório, na Igreja da Misericórdia, o pano caiu deixando a descoberto a imagem do "Senhor dos Passos", Verónica, Madalena e S. João Evangelista. Momento, em que a Verónica cantou, em latim: "O vós omnes qui transitis per viam atendite et videte si est dolor sicut dolor meus" (Ó Vós todos que passais pela via – caminho – Olhai e vede se há dor igual à minha dor), causando uma certa emoção aos mais sensíveis. Inicia-se a procissão que, percorrendo o trajecto habitual, vai celebrando alguns episódios da caminhada de Jesus até à sua Morte, onde se ouve o cântico da Verónica, destacando-se o Sermão do Encontro e o Sermão do Calvário. A festividade terminou com nova procissão, chamada "da Soledade" da Igreja Matriz para a Igreja do Convento da Natividade, transportando a Virgem Mãe, após a Morte de Cristo. Particularmente, na Procissão da Soledade, os Irmãos da Misericórdia que levam opas pretas, colocam a romeira sobre a cabeça, símbolo de luto e solidariedade para com a Mãe de Jesus. Os actos litúrgicos foram presididos pelo padre Élcio dos Santos, auxiliado pelos padres Martinho de Sousa e Lucas Pio, enquanto os sermões foram proferidos pelo padre Carlos Eduardo Cavallieri (com funções paroquiais em Itália), todos do Instituto Fraternidade Jesus Salvador, da Diocese de Santo Amaro-S.Paulo-Brasil. As procissões foram acompanhadas pela Filarmónica 25 de Setembro de Montemor-o-Velho.
A celebração do Senhor dos Passos resulta de uma parceria da Santa Casa da Misericórdia e da Comissão Fabriqueira da Igreja, em colaboração com os movimentos litúrgicos e apoio da comunidade.



Aldo Aveiro

27 de março de 2009

Hoje, dia 27 de Março

Às 21.30H, na Igreja Paroquial de Cernache - Coimbra

QUE LINGUAGEM PARA TRANSMITIR A FÉ, NO DIÁLOGO COM A CULTURA CONTEMPORÂNEA...

Com D. CARLOS AVEVEDO,
bispo auxiliar do patriarcado de Lisboa...


ENTRADA LIVRE

ORGANIZAÇÃO:

COMUNIDADE ECLESIAL SAL E LUZ ::
Paróquias de Almalaguês, Antanhol, Assafarge, Cernache e São Martinho do Bispo


Contacto:
P. Luís Francisco :: 963886964
Luisfranciscomarques.gmail.com

Via Sacra ao vivo no Bordalo, Santa Clara

O Agrupamento 706 do Bordalo do Corpo Nacional de Escutas vai levar a efeito no próximo dia 10 de Abril, pelas 15,30 horas uma Via Sacra ao vivo.
Este acontecimento tem a participação da Paróquia de Santa Clara, do Choro Polifónico de Coimbra, do Departamento da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra e do Museu Monográfico de Conímbriga, com o apoio da empresa Coimtrónica - Adérito Lamas & Filho, Lda.

Família Cristã hoje

Os participantes no módulo ”A Família na DSI” (Pólo Assafarge do ISCRA), conscientes das suas responsabilidades baptimais e em resposta ao apelo de João Paulo II (FC 5), vêm dar o seu contributo para “a elaboração de um autêntico discernimento evangélico” sobre a família.

1. Em cada época, surgem novas formas e modos de ser e de estar, a exigir uma permanente actualização doutrinal (cf GS 4) que só pode ser feita em diálogo dialéctico entre o Magistério, os teólogos e todos aqueles que procuram o Reino de Deus nas realidades temporais (cf. LG 31), tendo de viver com normas e directrizes, por vezes desincarnadas da realidade actual. Por isso, pensar a família e o seu papel numa sociedade multicultural e globalizada, em que tudo é “consumível” e está a acontecer uma mudança de paradigma, obriga a descobrir, em conjunto, as raízes das complexas redes relacionais, que melhor conduzam à Felicidade.
2. A Igreja tem o direito e o dever de, com clareza e de modo positivo, propor a bondade da sua doutrina não transigindo com o facilitismo, mas também não ignorando ou condenando sem mais situações novas que necessitam de ser amorosamente iluminadas pela luz do Evangelho.
3. Compete às comunidades (cf. OA 4) e às famílias cristãs testemunhar “a missão de guardar, revelar e comunicar o amor, reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, sua esposa” (FC 17), particularmente num tempo em que os critérios de vida são definidos pela opinião pública e não pelo Amor que nos une a todos e a Cristo.
4. A defesa do direito inviolável à vida não se esgota na luta contra o aborto ou a eutanásia, mas tem de estar presente em todas as situações em que os direitos fundamentais são ignorados ou violados, porque “o titular do direito à vida é o ser humano, em todas as fases do seu desenvolvimento, desde a concepção até à morte natural, e em todas as condições, tanto de saúde como de doença, de perfeição ou de deficiência, de riqueza ou de miséria” (ChL 38). Estar ao serviço da vida passa, pois, não apenas pela procriação, mas também pela permanente preocupação de ajudar o outro a crescer na liberdade e na responsabilidade próprias de um ser livre e amado por Deus e numa relação social justa, equitativa e solidária que dê prioridade ao bem comum.
5. As condições actuais não permitem ter “os filhos que Deus nos dá”, exigindo uma paternidade generosa e responsável que não é possível com o método de continência periódica porque não só é demasiado falível mas sobretudo pode pôr em perigo a fidelidade conjugal e comprometer o bem dos filhos (cf. GS 51). O Magistério deve estar aberto a outros métodos não abortivos, que “resolvam dignamente os múltiplos e delicados problemas da transmissão da vida” (MM 199).
6. A separação demasiado nítida entre as funções materna e paterna já não retrata a situação actual, que valoriza cada vez mais, com as inerentes vantagens mas também dificuldades, uma complementaridade, para a qual devem ser formados os futuros casais.
7. Com o aumento crescente de casos, é urgente repensar a pastoral dos recasados, especialmente quando “se verifiquem condições objectivas que tornam realmente irreversível a convivência” (Sacramentm caritatis, 29) e se vivam situações de reconhecida estabilidade afectiva, emocional e moral, de modo a que a Igreja, “mãe e mestra”, seja sinal cada vez mais visível, como é sua vocação, da misericórdia e do amor de Deus. Na beleza do mistério de um Deus que é Pai - “ABBA”-, que ama cada um de nós “único e irrepetível” (ChL 58), que nos propõe um projecto de vida e de amor, a pessoa e a família na sua totalidade são chamadas a responder a esse projecto com autenticidade e humildade, conscientes das suas fraquezas de “filho pródigo”.
8. A Pastoral Familiar, indispensável em “qualquer projecto de pastoral orgânica” (FC 70), deve ir para lá dos problemas da moral conjugal e familiar, ajudando as famílias a assumir as suas responsabilidades eclesiais, assistenciais, promocionais e sociais. Deve lutar por uma política da Família, que defenda a sua estabilidade e articule na justa medida políticas laboral, assistencial, habitacional, de transportes. Ficar pelos aspectos eclesiais é correr o risco de se tornar numa pastoral “familiarista”, alienando as suas responsabilidades de afrontar com lucidez e espírito de fé evangélica a complexa problemática de todo um mundo que desaparece e de outro que surge.
9. Cada cristão e cada família, que formam a Igreja, são chamados a testemunhar, de modo vivo e eficaz, a missão salvífica e um horizonte de Felicidade, “pondo em prática todas as possibilidades cristãs e evangélicas escondidas, mas já presentes e operantes, nas coisas do mundo” (EN 70), de modo a que os “novos céus e a nova terra” se vão materializando já, no aqui e agora.
Assafarge, 23.Março.2009

Escolas Católicas promovem «mercadinho infantil»


O início da Primavera congregou, no Atrium Solum, as seis escolas católicas da diocese de Coimbra, em mais uma acção conjunta no âmbito da campanha a favor da Comunidade Juvenil de S. Francisco de Assis (CJSFA).
Durante a tarde, as escolas católicas, em colaboração com a BioContacto (Ciência Divertida) e com o patrocínio da Caixa de Crédito Agrícola e do Atrium Solum, promoveram neste espaço comercial o “mercadinho infantil”. Cada Escola Católica, ao longo de semanas, recolheu diversos produtos de necessidade para os utentes da CJSFA. Esses produtos estiveram em exposição e puderam ser “comprados”, isto é, as pessoas davam o dinheiro que entendessem por um determinado produto mas não o levavam, revertendo esse contributo para a CJSFA. A par deste “negócio” pouco habitual (em tempo de crise, só possível devido ao amor ao próximo), os alunos das escolas católicas cantaram e dançaram, espalhando uma onda de solidariedade e animação para os familiares e os muitos frequentadores daquele espaço. No final, diversos pais foram entregar directamente centenas de litros de leite, de caixas de cereais, de dentífricos, de papel higiénico e de outros produtos de higiene, assim como o resultado pecuniário desta iniciativa, que se cifrou em mais de cinco centenas de euros.
A par de outras iniciativas do género, fomentadas para estabelecer convívio e desenvolver a solidariedade para com as pessoas mais desprotegidas da sociedade, as escolas católicas afirmam-se como espaços de formação integral assente nos valores evangélicos.
É, desta forma, que o aluno aprende a “ser pessoa” e a “ser com os outros”, mormente com o próximo mais necessitado, devido a muitas circunstância adversas
Esta actividade insere-se no projecto Vida Nova do programa SOLNEC, visando o incremento do voluntariado dos alunos das escolas católicas junto das crianças e jovens mais desfavorecidos.



J. C.

Condeixa: Comemorações dos 50 Anos das Irmãs Hospitaleiras

A Fundação Concelho de Condeixa promove um ciclo de comemorações para assinalar os 50 anos da chegada das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus a Condeixa.
As Irmãs Hospitaleiras fundaram hà 50 anos a sua Casa de Saúde Raínha Santa Isabel, para acolher e tratar mulheres deficientes mentais, desenvolvendo actividades de grande qualidade pedagógica e espiritual, segundo o caminho traçado pelo seu fundador, S. Bento Menni, hoje com estátua na rotunda rodoviária, nas proximidades da Casa de Saúde.
O ciclo de comemorações, que integra 3 momentos, desenvolve-se sob o lema “O Coração da Hospitalidade”.
O primeiro desses momentos é a 18 de Abril, às 15h, no auditório do Museu de Conimbriga, tendo como orador principal, o Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca. A atenção aos mais desfavorecidos e as respostas à crise que Portugal hoje vive, entre outras valências, estarão presentes nesta realização.
O segundo momento, também ele à volta da hospitalidade para com os mais débeis, será a 23 de Maio, também a um sábado e no mesmo local, sendo orador principal o Presidente da União das misericórdias portuguesas, Manuel de Lemos.
O coroamento deste ciclo de comemorações será a subida ao Santuário de Nossa Senhora do Círculo, a 21 de Junho, domingo, para a celebração solenizada de Missa de acção de Graças, às 13h, seguida de confratenização.
A Fundação Concelho de Condeixa pretende assim dar expressão pública ao muito apreço que toda a população do Arciprestado e do Concelho de Condeixa devota às Irmãs do Sagrado Coração de Jesus e ao seu magnífico desempenho, exemplo de hospitalidade, caridade e misericórdia.
O Prof. Cardozo Duarte, presidente do Conselho de Fundadores, o Coronel Narciso dos Santos, presidente do Conselho de Administração da Fundação, e o Pe. Amilcar dos Santos Neves responsável do Santuário de Nossa Senhora do Círculo, estão a envidar esforços para enriquecer ainda mais este ciclo de comemorações, pela participação e a sinergia de entidades e pessoas que, nas paróquias e em diversas outras instituições, se dedicam ao trabalho nestas áreas, hoje tornadas, devido à crise que atravessamos, tão sensíveis, tão humanizantes e tão evangelizadoras. A Fundação espera assim, em tempos de crise, reforçar o voluntariado e consolidar a consciencialização a favor da hospitalidade, da caridade e da misericórdia, em ordem a garantir mais visibilidade e maior apoio ao pulsar deste coração da hospitalidade, em toda a região de Condeixa e à sua volta.
Todos estão cordialmente convidados a participar em todos e cada um destes eventos.

25 de março de 2009

Editorial



A viagem do Papa à África foi ocasião para uma denúncia corajosa de alguns dos maiores problemas que entravam o progresso económico e o equilibrado crescimento social daquele grande e esperançoso Continente. Em Angola, diante das autoridades que governam o país, mas dirigindo-se a todos os dirigentes africanos, colocou o dedo nas grandes feridas da corrupção, da apropriação indevida por parte de alguns bens que são de todos, da opressão escravizante de que são vítimas populações inteiras, do autoritarismo acompanhado da violência, do desrespeito por muitos dos direitos fundamentais da pessoa humana, nomeadamente o desrespeito pela vida de homens, mulheres e crianças.
A denúncia teve algum eco nos meios de comunicação social, que dedicaram ao assunto páginas no interior dos jornais ou nas segundas partes dos boletins noticiosos. Porque o espaço nobre dos noticiários foi ocupado com a referência feita pelo Papa ao uso do preservativo como forma de travar o avanço assustador da sida, essa terrível doença que vitima milhões de africanos todos os anos.
Muitos ficaram escandalizados com a afirmação do Papa, acrescentando ou mesmo concluindo precipitadamente que Bento XVI estava a abrir as portas da condenação de populações inteiras a uma morte aviltante e prematura. Nada mais falso do que isso, até porque é do conhecimento de todos que as instituições ligadas à Igreja Católica têm estado sempre na primeira linha de combate a essa terrível e dizimadora epidemia. Sempre foi apanágio da Igreja, seguindo o exemplo de Jesus Cristo, prestar redobrada atenção aos doentes. Quem, mais do que a Igreja, criou leprosarias em todo o mundo, levando o testemunho até à doação da própria vida, como aconteceu com Damião de Molokai? Quem, mais do que a Igreja, assistiu os doentes da peste negra, sendo quase incontáveis, por exemplo os discípulos de Camilo de Lellis, os que contraíram essa contagiosa doença no contacto com aqueles a quem procuravam aliviar as dores?
Quem, mais do que a Igreja, anda aí, pelas grandes cidades a recolher os moribundos, para que tenham uma morte digna, como fazem os irmãos do português João Cidade ou as missionárias de Madre Teresa Calcutá? A atenção que é devida aos que sofrem de lepra, de peste ou de sida não pode, no entanto, riscar do campo dos princípios aquilo que é anterior à própria doença: a norma inscrita na consciência de cada ser humano. Quer isto dizer que devemos usar todos os meios ao nossa alcance para curar os doentes e para prevenir que outros venham a contrair a doença, não esquecendo porém que o preservativo é a solução mais fácil, mas não é a solução que mais dignifica o homem. A educação para o uso equilibrado da sexualidade humana não pode ser posta de lado apenas pelo facto de se terem descoberto meios que permitem práticas que, em vez de enobrecerem, apenas, servem para aviltar o homem. O Papa não pode nem deve fazer mais do que defender o princípio da humanização e de chamar a atenção para as tentativas de tornar o transitório em definitivo, e de transformar a excepção, aceitável num certo momento e em determinadas circunstâncias, em norma inultrapassável. Cuidemos, pois, dos doentes infectados pela sida, dêmos-lhes todo o conforto e carinho que merecem e precisam, mas continuemos também a proclamar que o ser humano e a sua sexualidade não são redutíveis a recursos tendentes a privar o homem da sua racionalidade e da sua capacidade de autodeterminar, através do exercício da vontade, o seu próprio comportamento.


A. Jesus Ramos

Curso Alpha vai crescendo na Diocese de Coimbra


São já vários milhares de pessoas que, na Diocese de Coimbra, participaram num curso Alpha. Vão também crescendo o número de paróquias que vão evangelizando com este método simples e eficaz.
Este curso pode fazer-se três vezes por ano, um por trimestre, mas poucas paróquias o fazem, por ser muito cansativo. Muitos fazem-no duas vezes, outros só um por ano, até que tenham mais gente na equipa para fazer mais vezes.
Actualmente, na Diocese, estão a decorrer vários cursos Alpha: Em Cantanhede e Ançã, cerca de 50 pessoas estiveram em Fátima no fim-de-semana do curso, e vieram cheias de alegria e entusiasmo pela experiência de Deus que viveram. O responsável do curso, Eng. Óscar Camarneiro, confidenciou-me: "Parece que de curso em curso, a experiência que se vive é cada vez mais profunda. Este foi o melhor fim-de-semana que vivemos em todos os Cursos Alpha que já realizámos em Cantanhede."
Febres, realizou há 15 dias o seu fim-de-semana e é sempre o mesmo assombro ver como Deus actua no coração daqueles que se abrem a Ele. Muitos dos participantes nos cursos em Febres vêm, além das paróquias confiadas aos párocos da unidade pastoral, de paróquias de Aveiro e de outras limítrofes de Coimbra, porque são convidados por amigos. Um casal veio, todas as semanas, do Cartaxo fazer o curso Alpha a Febres e depois ficou mais um curso como animador da equipa. Quando Deus toca o nosso coração as dificuldades ultrapassam-se todas, mesmo as grandes distâncias. Em Santa Clara, Coimbra, um grupo desta paróquia, de S. Martinho, da futura paróquia de S. João Baptista e de Semide, irá no próximo sábado para Penacova, viver também o fim-de-semana. Ansião está quase a terminar o primeiro curso em que participaram cerca de 50 pessoas na sua quase totalidade casais jovens com os filhos em catequese, pois foi essa a salutar aposta do pároco. Também está a começar um novo curso na Carapinheira para toda aquela Unidade Pastoral. S. Paulo de Frades e Eiras, está a finalizar o único curso deste ano, e assim, pouco a pouco o curso Alpha vai trazendo novos cristãos à fé. Terminado o curso já se estão a preparar para colocar toda a equipa e os novos que o quiserem em formação da fé, pois a seguir ao kerigma vem a catequese sistemática.
Grande Encontro Nacional Alpha em Viseu
Todas as pessoas que já fizeram um curso Alpha há dez anos para cá estão a ser convidadas para um grande encontro Nacional, que terá lugar a 9 de Maio no Pavilhão Multiusos da cidade de Viseu. Esperam-se cerca de 2 a 3 mil pessoas. Neste encontro além de momentos de estudo e reflexão, haverá espaço para a música, (será inaugurada uma banda musical cristã, feita por músicos profissionais, que animará grandes encontros Alpha e que tentará evangelizar através da música) para testemunhos, para a oração e para o convívio. O encontro é aberto e os que fizeram um curso Alpha podem convidar os amigos e familiares que quiserem e organizarem-se em autocarros, ou em carros particulares. Não haverá inscrição. Todos poderão participar.
Esclarecimento sobre o artigo de opinião do Eng. Jorge Cotovio no Correio de Coimbra
Não tinha lido a notícia, mas alguém que conhece o curso Alpha, me chamou a atenção para o ler. É bom sinal que as pessoas estejam atentas e se dêem conta de que não há justeza no que é dito sobre o curso que conhecem.
O Eng. Jorge Cotovio, escreveu neste mesmo jornal, na semana passada, um artigo intitulado "boas práticas", em que foi chamando a atenção de muita coisa positiva que na nossa Igreja se faz para ir rejuvenescendo as comunidades cristãs através de novas linguagens e métodos. Penso que o autor estava bem intencionado, e o seu artigo ia repassado de esperança e de olhar positivo sobre muita coisa que se faz na Igreja onde incluía o curso Alpha. Só que não foi muito feliz no pouco que disse, em relação a este curso, pois muita gente que já conhece e já participou no curso Alpha, me fez saber que deveria fazer um esclarecimento. Ao ler o que escreveu, vi que se ficou no superficial e nos chavões como fazem habitualmente os meios de comunicação social quando falam da Igreja. A única coisa que o autor do artigo soube dizer do curso Alpha, embora colocando-o entre as muitas coisas que se fazem, como "boas práticas ", foi deixar a ideia "que são uma meia dúzia que se sentam uns ao lado dos outros para comer e beber, bem sentadinhos à volta de uma mesa". Repito: ao ler o contexto, creio sinceramente que a ideia do Eng Cotovio não era desdenhar do curso, mas apenas colocar numa frase simples as boas práticas que vinha enumerando. No entanto, como deixou a ideia que o curso Alpha é só comer e beber, convém esclarecer, pois, que este método, é uma apresentação da mensagem central da fé cristã, feita de um modo fraterno, mas profundo, onde a refeição inicial em que todos participam serve para gerar laços de amizade e de confiança, pois o Evangelho não entra nos corações enquanto não houver um clima de tranquilidade e de confiança na Igreja que anuncia. E muitas pessoas quando chegam a estes cursos trazem muitas resistências ligadas a preconceitos ou mesmo a feridas reais que sofreram com outros membros da Igreja. A refeição, no início de cada sessão, segue o método que Jesus tantas vezes seguiu ao aceitar e até oferecer-se para comer em casa dos pecadores como Mateus, Zaqueu, Simão, Lázaro, Pedro, e tantos outros. Esta prática frequente levou a que até o apelidassem de glutão em contraste com João Baptista que era um penitente. Mas cada sessão do curso Alpha dura à volta de 2.30h, e na refeição gasta-se cerca de 30-40 minutos. O resto do tempo é o anúncio da fé, o trabalho de discussão em grupos, e a oração partilhada. A outra expressão utilizada diz: "ali pelo menos meia dúzia olha-se nos olhos, frente a frente…", a expressão não está incorrecta, pois embora os cursos Alpha em Portugal, sejam cursos que têm sempre para cima de 30 pessoas, chegando frequentemente a ter mais de 50 participantes, como a discussão se faz em grupos pequenos de 10 pessoas, não está mal dizer que cerca de meia dúzia se olha olhos nos olhos. No entanto a leitura parece fazer perceber que o curso consiste nessa meia dúzia de pessoas, o que em si, é possível, já que se fazem muitos cursos Alpha com 3 a 10 pessoas, e com muitos frutos, mas a prática em Portugal, na Igreja Católica não é essa.
Jorge Santos